segunda-feira, 27 de setembro de 2010

 Professores/cursistas nos encontros de Alfabetização e Linguagem
Uruçuca-Serra Grande
Bahia



“Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, invibializando o amor.
 Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda”. 
(Paulo Freire)





 “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nos sabemos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.” (Paulo Freire)






ENCANTAMENTO...
 
Devemos trabalhar a oralidade, a leitura e a escrita como base para alfabetizar, proporcionando ao educando a oportunidade de se apaixonar. Sim! E porque não se apaixonar pelas letras? Pois a finalidade da educação é formar apaixonados pela vida, pelo conhecimento, pelo outro, para tornar o ambiente em que vivemos mais humano e significativo, comprometido consigo e com a sociedade.






 A AFETIVIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR

Por muitos anos o conhecimento foi tido como algo separado da emoção. A cisão entre “razão” e “emoção” perdurou por longas eras e foi muito defendida por filósofos de relevância imensa. Essa cisão influenciou fortemente toda a nossa maneira de organização social e inclusive nossa forma de refletir e pensar sobre os mais diferentes aspectos da convivência humana, inclusive a educação. No entanto, apesar de trazer benefícios, essa concepção trouxe também muitos problemas para educadores e alunos, sendo o maior deles o descaso para com a relação afetiva entre professor e aluno. É justamente a isso que chama atenção o artigo "afetividade na escola", de Benjamim Marchi.

É preciso que a escola se converta em um ambiente humano, em um ambiente afetivo. É preciso que o professor olhe nos olhos de seus alunos e pense o seu fazer visando enriquecer e desenvolver a humanidade de cada um deles.

Propostas novas na pedagogia vem sendo desenvolvidas a fim de trabalhar o aspecto da afetividade no relacionamento professor-aluno. É o caso do trabalho do pedagogo Albert Bandura, ele defende a tese de que uma importante ferramenta de ensino é a auto-regulação. 



Essa ferramenta consiste na capacidade do aluno avaliar a si mesmo no decorrer de seu aprendizado e redirecionar-se para obter êxito. Um fator que influencia no desenvolvimento da auto-regulação, segundo o pedagogo, é a qualidade da relação professor-aluno. Bandura aponta que a afetividade entre educador e educando pode ajudar a ativar os processos de auto-avaliação na medida em que ela permite um relacionamento mais significativo entre o aluno e o conteúdo a ser aprendido. Assim, a afeição entre professor e aluno atua como ponte para atingir os objetivos da educação, sendo de crucial importância.

É preciso que a educação brasileira volte-se mais para as questões que envolvem esse relacionamento complicado do educador e seus educandos. Relacionamento esse que precisa ser saudável e bem desenvolvido, permitindo que a sala de aula seja um ambiente mais humano, caloroso, agradável e que de fato propicie a apropriação e criação do conhecimento e da cultura humana. Professores, coordenadores, pais e alunos precisam compreender melhor o papel da afetividade na escola para que esta de fato atinja seus objetivos principais: a formação de seres humanos. 


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