terça-feira, 28 de setembro de 2010

"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade." (Paulo Freire)




SEQUENCIAS DIDÁTICAS...

As seqüências didáticas são um conjunto de atividades ligadas entre si, planejadas para ensinar um conteúdo, etapa por etapa. Organizadas de acordo com os objetivos que o professor quer alcançar para a aprendizagem de seus alunos, elas envolvem atividades de aprendizagem e avaliação.


As seqüências didáticas são usadas somente para o ensino de Língua Portuguesa?

Não. Podem e devem ser usadas em qualquer disciplina ou conteúdo, pois auxiliam o professor a organizar o trabalho na sala de aula de forma gradual, partindo de níveis de conhecimento que os alunos  já dominam para chegar aos níveis que eles precisam dominar. Aliás, o professor certamente já faz isso, talvez sem dar esse nome.



Professores,

Para realizar uma seqüência didática eficaz para o ensino de gêneros textuais, sugerimos:
·        Propor que seus alunos produzam uma escrita inicial, sem maiores estudos prévios, que permita a identificação do grau de conhecimento que eles já possuem.
·        Planejar o ensino considerando o conhecimento que os alunos já tem sobre o gênero
·        Fazer perguntas que problematizem os conteúdos a serem aprendidos com esse estudo, aproximando o que os alunos devem aprender das vivências que eles têm
·        Propor desafios que possam ser vencidos pelos alunos. Esses desafios não devem ser muito fáceis, nem muito difíceis.
·        Propor e incentivar o levantamento de hipóteses sobre os elementos do gênero estudo ( o conhecimento sobre o tema, sua forma própria de composição, seus elementos característicos), ouvir essas hipóteses e valoriza-las.
·        Ampliar a discussão sobre os aspectos do gênero, com finalidade de comprovar hipóteses levantadas
·        Organizar pesquisas sobre o tema do gênero, para favorecer o domínio do conhecimento necessário pelos alunos.
·        Dar informações sobre aspectos próprios do gênero em estudo.
·        Organizar e sistematizar as descobertas e conhecimentos, realizando uma escrita coletiva com você no papel de escriba da turma
·        Propor uma escrita individual a partir de um roteiro própria para o gênero
·        Orientar o aluno para a auto-avaliação de sua escrita (em seguida, veja o roteiro para o aluno realizar a autocorreção de um texto dissertativo)
·        Avaliar a escrita dos alunos e interferir quando necessário, para garantir a aprendizagem de todos, de acordo com as possibilidades de cada um.


Roteiro para o aluno realizar a autocorreção de um texto dissertativo-argumentativo

·        Colocou o leitor a par da questão a ser discutida?
·        Tomou uma posição diante desta questão?
·        Utilizou argumentos que possam convencer o leitor?
·        Usou expressões  que introduzem argumento (como, pois, porque, de acordo com, segundo, etc)
·        Utilizou argumentos de autoridade e/ou exemplo?
·        Usou expressões adequadas para introduzir a conclusão (então, assim, portanto, deste modo, etc)
·        Conclui o texto reforçando sua posição?
·        No final, fez uma síntese das idéias, reforçou a posição assumida?
·        Verificou se a pontuação está correta?
·        Lembrou-se de iniciar com letra maiúscula os nomes próprios, inícios de parágrafos ou em palavras que vêm depois do ponto final?
·        Corrigiu os erros ortográficos?
·        Escreveu com letra legível para que todos possam entender?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

 Professores/cursistas nos encontros de Alfabetização e Linguagem
Uruçuca-Serra Grande
Bahia



“Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, invibializando o amor.
 Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda”. 
(Paulo Freire)





 “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nos sabemos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.” (Paulo Freire)






ENCANTAMENTO...
 
Devemos trabalhar a oralidade, a leitura e a escrita como base para alfabetizar, proporcionando ao educando a oportunidade de se apaixonar. Sim! E porque não se apaixonar pelas letras? Pois a finalidade da educação é formar apaixonados pela vida, pelo conhecimento, pelo outro, para tornar o ambiente em que vivemos mais humano e significativo, comprometido consigo e com a sociedade.






 A AFETIVIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR

Por muitos anos o conhecimento foi tido como algo separado da emoção. A cisão entre “razão” e “emoção” perdurou por longas eras e foi muito defendida por filósofos de relevância imensa. Essa cisão influenciou fortemente toda a nossa maneira de organização social e inclusive nossa forma de refletir e pensar sobre os mais diferentes aspectos da convivência humana, inclusive a educação. No entanto, apesar de trazer benefícios, essa concepção trouxe também muitos problemas para educadores e alunos, sendo o maior deles o descaso para com a relação afetiva entre professor e aluno. É justamente a isso que chama atenção o artigo "afetividade na escola", de Benjamim Marchi.

É preciso que a escola se converta em um ambiente humano, em um ambiente afetivo. É preciso que o professor olhe nos olhos de seus alunos e pense o seu fazer visando enriquecer e desenvolver a humanidade de cada um deles.

Propostas novas na pedagogia vem sendo desenvolvidas a fim de trabalhar o aspecto da afetividade no relacionamento professor-aluno. É o caso do trabalho do pedagogo Albert Bandura, ele defende a tese de que uma importante ferramenta de ensino é a auto-regulação. 



Essa ferramenta consiste na capacidade do aluno avaliar a si mesmo no decorrer de seu aprendizado e redirecionar-se para obter êxito. Um fator que influencia no desenvolvimento da auto-regulação, segundo o pedagogo, é a qualidade da relação professor-aluno. Bandura aponta que a afetividade entre educador e educando pode ajudar a ativar os processos de auto-avaliação na medida em que ela permite um relacionamento mais significativo entre o aluno e o conteúdo a ser aprendido. Assim, a afeição entre professor e aluno atua como ponte para atingir os objetivos da educação, sendo de crucial importância.

É preciso que a educação brasileira volte-se mais para as questões que envolvem esse relacionamento complicado do educador e seus educandos. Relacionamento esse que precisa ser saudável e bem desenvolvido, permitindo que a sala de aula seja um ambiente mais humano, caloroso, agradável e que de fato propicie a apropriação e criação do conhecimento e da cultura humana. Professores, coordenadores, pais e alunos precisam compreender melhor o papel da afetividade na escola para que esta de fato atinja seus objetivos principais: a formação de seres humanos.